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O óleo está de volta!

Publicado em 06/10/2022
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06/10/2022

 

Nas últimas semanas, a ocorrência de bolotas de óleo vem sendo registrada em quantidade crescente nas praias de Alagoas e de outros estados do nordeste.

 

Em Alagoas, os primeiros registros deste ano foram feitos no mês de agosto pela equipe do Instituto Biota, durante o trabalho de monitoramento de praias, e desde então continuam sendo relatados às autoridades locais para que tomem as providências cabíveis. Atualmente, já se sabe do registro de ocorrências desde o Rio Grande do Norte, até a Bahia, chegando a ter sido relatado o recolhimento de 7 toneladas em Pernambuco, e algumas toneladas também em Alagoas. 

 

As análises realizadas pelos órgãos responsáveis sobre o óleo coletado na cavidade bucal de uma tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea), no mês de agosto deste ano, durante atendimento de resgate realizado pela equipe Biota, seria de origem da bacia do Golfo do México, mas ainda não há informações sobre o local exato e navio responsável pelo seu descarte em águas internacionais, que pode ter sido feito por navio transportadores, até mesmo em situação de lavagem de porões. Não há relatos sobre análises posteriores, ainda não se sabendo, com certeza, se se trata da mesma origem.

 

A situação preocupa a todos, principalmente diante das dimensões alcançadas pelo derramamento anterior de petróleo mesma época sazonal (aproximadamente setembro) no ano de 2019, com roteiro e itinerário que parece estar se repetindo: aparições iniciando nos estados mais a norte da costa brasileira, alcançando progressivamente os estados mais ao sul da região nordeste, em quantidades crescentes, até atingirem parte do litoral do sudeste brasileiro. Naquela ocasião, muito se falou sobre a demora de resposta das autoridades, e de acionamento de planos de emergência e contingenciamento, relegando grande parte das respostas de limpeza à própria população diretamente atingida, sem os devidos cuidados de proteção individual - o que gerou, inclusive, ações judiciais de responsabilização do Estado a respeito.

 

O Presidente do Instituto Biota, Bruno Stefanis, em entrevistas recentes destacou, neste sentido, a importância de que situação semelhante seja evitada, com urgência para a organização de resposta dos órgãos públicos e da sociedade civil em relação às lições aprendidas na ocasião anterior, incluindo o acionamento destes planos de contingência, mobilização e planejamento de estratégia para resposta.

 

Sabe-se que houve, mediante provocação, divulgação do aplicativo para registro "Censipam" (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia), como forma adaptada para a transmissão de informação para fins de mapeamento também do óleo ao IBAMA, sem outras medidas conhecidas.

 

As preocupações se devem à gravidade dos possíveis efeitos desta contaminação, principalmente em médio e longo prazo, para a fauna marinha, e também para a saúde dos seres humanos, pois se trata de material contaminante, com efeito cumulativo para a saúde animal e humana, pelo consumo de recursos pesqueiros contaminados, inclusive com potencial cancerígeno, e de desencadear má formação ao afetar a fase de formação dos seres vivos, como está destacado em parecer elaborado em 2019, pelo Instituto Biota em parceria com  o Laboratório de Biologia Marinha e Conservação da UFAL, segundo o qual:

 

"As tartarugas marinhas podem ser impactadas pela poluição por óleo de diversas maneiras, desde o contato direto causando dificuldade de locomoção, passando pela ingestão e aspiração até prejuízo no desenvolvimento dos embriões nas áreas desova (Lutcavage et al. 1997)".

 

No curto prazo, o efeito imediato mais sentido pelos seres humanos é econômico e comercial, principalmente nos setores de pesca e de turismo, por ser necessário o afastamento do consumidor destas atividades enquanto durar a fase aguda da contaminação.

 

Por todas essas razões, o Instituto Biota solicita que, caso banhistas encontrem óleo na praia, utilizem o aplicativo mencionado acima para registro e/ou entre em contato conosco, repassando a localização, que registraremos a informação.

 

Além disso, caso encontre um animal marinho oleado, não tente devolvê-lo ao mar. Entre em contato conosco que providenciaremos o resgate do animal, para sua prévia descontaminação e recuperação, até que possa ser devolvido.

 

Para mais informações sobre os efeitos da contaminação por óleo nas diversas fases do ciclo de vida da tartaruga marinha, leia a íntegra do parecer mencionado, produzido em 2019 pelo Instituto Biota em parceria com o Laboratório de Biologia Marinha e Conservação da UFAL, no link: 

https://drive.google.com/file/d/1qbe2-V5DTLW1WctzI_tplMS1--84PcXw/view?usp=drivesdk

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